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Governo prepara apoios urgentes ao turismo afetado pelos incêndios

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O setor do turismo no Norte de Portugal está a enfrentar uma crise sem precedentes devido aos fogos que devastaram regiões como Arouca, Ponte da Barca e o Parque Nacional da Peneda-Gerês. A elevada taxa de cancelamentos e os prejuízos acumulam‑se diariamente, e o governo prepara medidas imediatas para atenuar o impacto nestas zonas fortemente dependentes da natureza como atração.

Impacto nos destinos naturais e economia local

O estado de alerta decretado pelas autoridades, em resposta às condições de calor extremo e risco de fogo, desencadeou uma onda de cancelamentos em alojamentos, restaurantes e empresas de animação turística que operam diretamente no interior e nas zonas de natureza. Conforme reportado pelo presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, a situação já arrasta prejuízos graves ao setor nos concelhos de Arouca, Terras de Bouro, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca.

Em Arouca, por exemplo, cerca de 28 empresas baseadas em turismo de natureza faturaram em 2024 perto de 15 milhões de euros, valor agora ameaçado pelos cancelamentos em massa que têm ocorrido desde há mais de uma semana. Os Passadiços do Paiva, uma das principais infraestrutura turísticas da região, foram também parcialmente destruídos ou encerrados, contribuindo ainda mais para o colapso local.

No Parque Nacional da Peneda-Gerês, a principal âncora turística da região norte, o cenário é igualmente crítico: os operadores turísticos baseados na exploração dos ativos naturais veem agora os seus negócios paralisados, direta e indiretamente, por causa da perceção de risco e do ambiente ameaçador.

Linhas de apoio a caminho: urgência e eficácia

Reconhecendo o impacto severo, o Governo está a preparar linhas de crédito e apoios financeiros para o setor turístico afetado pelos incêndios. Espera-se que as medidas sejam anunciadas brevemente, com financiamento até 90% a fundo perdido, direcionado a micro e pequenas empresas e cooperativas afetadas.

Estas linhas visam financiar necessidades de tesouraria imediata e apoiar negócios que operam em contextos naturais que foram parcialmente destruídos ou cuja operação está temporariamente suspensa. Espera‑se que o apoio seja rápido, refletindo a necessidade urgente de manter esses operadores em funcionamento, especialmente durante a época alta de verão.

Para perdas de menor valor, estimadas até 10 mil euros, o Governo anunciou uma linha de apoio simplificada. O apoio será atribuído sem burocracias, com base em prova testemunhal e avaliações locais, e pago de forma imediata. Esta medida está destinada a agricultores, famílias e empresários que sofreram danos diretos e urgentes.

O ministro da Economia e da Coesão Territorial, garantiu que este processo será ainda mais célere do que o aplicado nos incêndios do ano anterior, com pagamentos realizados sem análise documental complexa, a prioridade é garantir que as pessoas afetadas sejam apoiadas com rapidez.

Preocupações das associações do setor

As associações de turismo, como a APECATE e a ALEP, alertam que os incêndios atingiram em simultâneo um vasto território, afetando empresas que dependem quase exclusivamente do contacto com a natureza. Estas empresas, muitas das quais micro ou pequenas operações, enfrentam o risco de encerrar devido à quebra abrupta na procura.

As entidades defendem uma abordagem mais coordenada e contínua entre empresas do terreno, entidades públicas e gestores florestais. Em particular, sublinham que empresas de animação turística podem contribuir para a prevenção e vigilância territorial, tornando-se parceiras naturais na gestão e resiliência dos destinos em caso de catástrofes naturais.

Para onde caminha o turismo afetado?

A curto e médio prazo, o turismo nas zonas afetadas precisa de diálogo constante entre empresas, entidades oficiais e governo. A viabilização dos apoios é essencial para evitar falências e abandono de destinos prioritários do interior.

A médio prazo, será fundamental reforçar a prevenção florestal, a gestão integrada do território e a articulação entre entidades públicas e privadas para minimizar futuros impactos. Em Portugal, com as mudanças climáticas a intensificar os incêndios, este tipo de medidas deixa de ser excecional e passa a ser indispensável à sobrevivência do turismo rural e de natureza.

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