Uma das viagens que tenho o grato prazer de guiar para a Papa-Léguas, “Expedição ao Ladakh e Festival Hemis”, tem por destino o Ladakh, que muitos se interrogam onde fica afinal.
Ora bem, trata-se de um território localizado no extremo norte da Índia e uma extensão do planalto tibetano ocupando uma área de 117,000 km2. Constituindo uma das regiões mais altas do Planeta (em média acima dos 3 mil metros de altitude), é dominado por um clima frio e seco e importa referir, por paisagens de cortar a respiração.
Conhecido também pela sua alcunha de “Pequeno Tibete”, “Ladakh” significa na língua autóctone, o Bhoti (Língua de origem tibetana), “the land of high passes”, atendendo que é neste território que se encontram algumas das passagens rodoviárias de montanha mais altas do Mundo.
A sua capital Leh, desempenhou um papel de relevo numa das Rotas das Seda que por aqui passavam, transportando mercadorias da China para a India e vice-versa. Os povos que habitam esta região, são na sua larga maioria Indo-Arianos e de origem Tibetana, e apenas por circunstâncias políticas são “indianos”. A sua Língua, cultura, gastronomia e aparência física são únicas e totalmente distintas dos restantes povos do subcontinente indiano.
Até há pouco tempo o Ladakh integrava o Estado Indiano de Jammu & Caxemira, tendo todavia visto o seu estatuto politico alterado para “Território da União” em outubro de 2019, resultando daqui passar ser governado diretamente pelo Governo da India, uma aspiração deste Território desde a “Partition” em 1947.
É neste território do Ladakh, que a Índia faz fronteira com o Paquistão a Oeste e Noroeste, e com a China (Tibete) a Este, o que lhe confere uma grande importância estratégica e militar.
O Ladakh tem uma população reduzida, à volta de 275 mil habitantes com uma densidade populacional muito baixa (3 pessoas por km2) vivendo cerca de 66% nas zonas urbanas e o restante em zonas rurais.
É composto por dois distritos, Kargil e Leh, sendo o primeiro predominantemente muçulmano (Shia) por razões históricas e pela proximidade a Caxemira, enquanto a população do restante território professa o budismo (77% da população). Tem ainda uma população Hindu e algumas minorias étnicas como é o caso dos Brokpas e dos Dards, de origem Indo-Ariana, ou os nómadas Chang-Pa que vivem em zonas mais remotas.
A nossa expedição leva-nos a sobretudo a descobrir o Ladakh budista com as suas paisagens magníficas, os seus inúmeros mosteiros e rituais, incluindo o colorido Festival Hemis Tsechu, que decorre no Mosteiro de Hemis, em Leh. Trata-se de uma viagem que nos proporciona uma imersão nesta cultura única da India Budista, e num território único e perfeitamente tranquilo.