O que é que sabe sobre a Roménia? Acredito que saiba bastante, ou melhor, que saiba o suficiente para se interessar por este texto e validar os seus conhecimentos ou cimentar uma camada nova e fresca sobre este país encostado ao leste do continente.
Quero partilhar aqui uma parte da Roménia, aquela que eventualmente apela mais ao mistério, com florestas densas povoadas de ursos e a imagem omnipresente de Vlad, o Empalador, que para a história ficou conhecido por Conde Drácula.
Bran Stoker nunca esteve na Roménia, por isso nunca pôs um pé numa das tais florestas que escorrem Cárpatos abaixo e invadem a Translivânia. Não viu ursos, lobos, morcegos e muitos menos vampiros. Não subiu montes, colinas nem qualquer montanha da cordilheira. Não teve oportunidade de passear pela magnífica praça de Brasov ou perder-se pela zona velha de Bucareste. As catedrais e igrejas ortodoxas pintadas com frescos impressionantes passaram-lhe completamente ao lado. Nunca provou a gastronomia da antiga Dácia nem sentiu os cheiros que saem das cozinhas dos restaurantes, tabernas e cafés de Sighisoara ou Sibiu. Não viu o Lago Blea. Não visitou o Castelo de Peles nem o de Bran, mesmo assim decidiu fazer dele a residência oficial do “seu” Conde Drácula. Bran Stoker nunca esteve na Roménia. Sentiu a magia do lugar por histórias e lendas e escreveu-lhe uma declaração de amor em formato de conto de terror.
Hoje, acredito, que a Transilvânia e a Roménia no geral lhe estará agradecida. Eu também estou, e imagino o que mais poderia ele ter escrito se tivesse saído da sua casa em Dublin para se aventurar nas florestas dos Cárpatos.
Eu pouco sabia sobre a Roménia antes de a visitar e, confesso, foi amor à primeira vista, ao primeiro cheiro, ao primeiro paladar. E assim estou, como qualquer apaixonado, a querer mais e mais conhecer este lugar incrível.